segunda-feira, novembro 02, 2015

OGGI VOGLIO TORNARE

Resultado de imagen de lampione

Oggi voglio tornare a quella via vuota, ricordare quel triste lampione che ci ha visto insieme l'ultima volta. Oggi voglio sentire l'aria bagnata del tuo nome senza sillabe, voglio salire sulla collina da cui si tocca la luna e così sfiorare le tue labbra con gli occhi chiusi. Oggi voglio estendere le ali e sorvolarti mentre tu mi guardi senza capire che ci sono tornato. Oggi voglio una notte che mai finisca pronunciandoti. Oggi voglio che tu non torni mai.

Frantz Ferentz

terça-feira, outubro 20, 2015

O ESTRANHO ~ EL EXTRAÑO

Resultado de imagen de stranger


Esta manhã partiste antes da alva. Deixaste as chaves na gaveta e saíste na ponta das dedas pela janela. Fora chovia e ficaram as tuas pegadas sonolentas no passeio. En cima da mesa deixaste as tuas últimas faragulhas de melancolia sobre a minha foto, lá ficou sem tu quereres o rasto ainda húmido dos teus dedos. Pelo resto, nada, foras embora, com o teu silêncio vermelho e os teus óculos de mar de porcelana.  

Levaste contigo todas as confidências, todos os abraços cúmplices, todos os risos de chocolate, todas as cadências das tuas ancas que nunca foram. Levaste contigo até os telefonemas que nunca trocámos. Levaste-me contigo até eu ficar sem mim, sozinho. Tudo numa mala pequena para não esgotar o espaço da tua memória.

No ar flutuava a tua última frase, que, obediente, esperou por mim até acordar e me dizer sussurrando desde nenhuma parte: "És um estranho". Sou um estranho, sim, sou para ti um estranho. Sou o teu mais íntimo estranho. Sou o teu derradeiro estranho. Não te fies dos que não te' sejam estranhos, pois eles te' darão cordura.



Esta mañana te fuiste antes del alba. Dejaste las llaves en el cajón y saliste de puntillas por la ventana. Fuera llovía y se quedaron tus pasos somnolientos en la acera. Encima de la mesa dejaste tus últimas migas de melancolía sobre mi foto, ahí se quedó sin querer el rastro aún húmedo de tus dedos. Por lo demás, nada, te fuiste, con tu silencio rojo y tus gafas de mar de porcelana.

Te llevaste contigo todas las confidencias, todos los abrazos cómplices, todas las risas de chocolate, todas las cadencias de tus caderas que nunca llegaron a ser. Te llevaste contigo hasta las llamadas que nunca intercambiamos. Me llevaste contigo hasta quedarme sin mí, solo. Todo en una maleta pequeña para no agotar el espacio de tu memoria.

En el aire flotaba tu última frase que, obediente, esperó a que yo despereatara para decirme susurrando desde ninguna parte: "Eres un extraño". Soy un extraño, si, soy para ti un extraño. Soy tu más íntimo extraño. Soy tu último extraño. No te fíes de los que no te son extraños, pues ellos te darán cordura.

Frantz Ferentz, 2015

domingo, outubro 18, 2015

CHOVE ~ LLUEVE

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chove
chove lento
chove sem testemunhos
chove ao redor da tua boca
chove
      mas tu não me molhas


llueve
llueve despacio
llueve sin testigos
llueve alrededor de tu boca
llueve
       mas tú no me mojas


Frantz Ferentz, 2015

sábado, outubro 17, 2015

DIA DE ANOS ~ CUMPLEAÑOS


Resultado de imagen de Itchimbia

hoje é o dia de anos de alguém
se calhar o teu
desculpa
tive que vender a minha memória
porque estava ensopada em tristeza
mas apenas a troquei por um café amargo

hoje é o dia de anos de alguém
feliz aniversário
talvez até seja o meu próprio
porém já não tenho almanaque
nem dedos para passar as folhas
nem olhos para ler os números
                  sempre me pareceram ninhos
                  numa colmeia na parede
                  todos calados
                  todos expectantes

hoje é o dia de anos de alguém
nem sei se eu te parabenizei
ou tu me parabenizaste'
não sei saber
nem sei por que tem de haver dias de anos
só sinto que o tempo passeia devagar
apoiado num cajado
sozinho por entre as minha enrugas


hoy es el cumpleaños de alguien
quizás el tuyo
perdona
tuve que vender mi memoria
porque estaba empapada en tristeza
pero solo la troqué por un café amargo

hoy es el cumpleaños de alguien
felicidades
tal vez sea mi propio cumpleaños
pero ya no tengo calendario
ni dedos para pasar las hojas
ni ojos para leer los números
                   siempre me parecieron nidos
                   en una colmena en la pared
                   todos callados
                   todos expectantes

hoy es el cumpleaños de alguien
no sé si te he felicitado
o me has felicitado
no sé saber
ni sé por qué ha de haber cumpleaños
lo único que siento es el tiempo pasear despacio 
apoyado en un bastón
él solo por entre mis arrugas
Frantz Ferentz, 2015

quarta-feira, outubro 14, 2015

NÃO ME APETECE


Resultado de imagen de melancholy

hoje não me apetece
escrever tristezas
nem deixá-las escorregar
pelo teclado

hoje não me apetece
engolir tristezas
tristezas doces e amargas
tristezas entre os pousos do café
tristezas enxugadas na almofada
tristezas que embafam a janela

hoje não me apetece
abrir e fechar tristezas
não
não me apetece

hoje apetece-me comprar às tristezas um bilhete
apenas de ida a nenhuma parte

hoje
as tristezas
perderão toda a esperança

Frantz Ferentz, 2015

segunda-feira, outubro 12, 2015

TEU NOME À DERIVA ~ TU NOMBRE A LA DERIVA

Resultado de imagen de a la deriva

interrupção de planetas
restos de marés entre os lençóis
oráculos sob a almofada

vida em fios        
mulher a céu aberto
outono
               teu nome à deriva


interrupción de planetas
restos de mareas entre las sábanas
oráculos bajo la almohada

vida en hilos         
mujer a la intemperie
otoño 
                 tu nombre a la deriva


Frantz Ferentz, 2015

terça-feira, outubro 06, 2015

YO, ESE INFELIZ ~ EU, ESSE INFELIZ

Resultado de imagen de unter dem regen

yo
ese infeliz
que te saborea
en pequeñas dosis
de tristeza
bajo
la lluvia

eu
esse infeliz
que te saboreia
em pequenas doses
de tristeza
sob
a chuva

Frantz Ferentz, 2015

segunda-feira, outubro 05, 2015

CHUVA NO PÁTIO ~ LLUVIA EN EL PATIO

Resultado de imagen de lluvia patio

Esta manhã choveu e não estavas a meu lado. O pátio amanheceu república arrasada com astros dispersos pelo chão. Não ouvi gritos, nada. Soube que o frio era a tua ausência. Cri que era algum tipo de auto-exílio entre sonhos. 

Esta manhã choveu e não estavas a meu lado. Por vezes consola viver em sonhos e sonhar que não se sonha. Sonhar, por exemplo, que se modifica o ritmo da chuva pronunciando o teu nome. Sonhar que escorregas pela minha boca como sumo de manga e fluis pelo meu corpo abaixo. Sonhar que te sonho.

Esta manhã choveu e não estavas a meu lado. Chegaste e partiste outono. Sonhei que saías do quarto na ponta das dedas. Sonhei que deixavas a conca de café na mesa e ias embora sem prová-lo. Sonhei pranto e quis reescrever os meus sonhos, mas não tinha a tua pele para reescrevê-los, reescrever-te'.

Esta manhã choveu e não estavas a meu lado. Não estavas nem nos meus sonhos. Não estavas. Trás os vidros do pátio, eu dissipava-me, tu já não chovias.


Esta mañana ha llovido y no estabas a mi lado. El patio ha amanecido república arrasada con astros dispersos por el suelo. No he oído gritos, nada. Supe que el frío era tu ausencia. Creí que era algún tipo de autoexilio entre sueños. 

Esta mañana ha llovido y no estabas a mi lado. A veces consuela vivir en sueños y soñar que no se sueña. Soñar, por ejemplo, que se modifica el ritmo de la lluvia pronunciando tu nombre. Soñar que resbalas por mi boca como zumo de mango y fluyes por mi cuerpo abajo. Soñar que te sueño.

Esta mañana ha llovido y no estabas a mi lado. Llegaste y te fuiste otoño. Soñé que salías de puntillas de mi cuarto. Soñé que dejabas la taza de café en la mesa y te ibas sin probarlo. Soñé llanto y quise reescribir mis sueños, pero no tenía tu piel para reescribirlos, reescribirte.

Esta mañana ha llovido y no estabas a mi lado. No estabas ni en mis sueños. No estabas. Tras los vidrios del patio, yo me disipaba, tú ya no llovías.

Frantz Ferentz, 2015

domingo, outubro 04, 2015

TEN THOUSAND INSTANTS LATER

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I finally realize
all is nothing
and I belong
to a blank of silences

I finally realize
I am no longer
a shadow
but a sad shadow

Frantz Ferentz, 2015

quinta-feira, outubro 01, 2015

MOJÁ LAS CADERAS ~ MOLHA AS ANCAS


mojá
las caderas en mi atlántico recién despertado
y olvidá
esa tontería
de que las montañas no lloran
ni son coquetas
y que nunca
se les va la mano con la cerveza

ahora vos sos un volcán
a nivel de mi cama

molha 
as tuas ancas no meu atlântico recém acordado
e esquece
essa parvada que diz
que as montanhas não choram
nem são coquetas
e que nunca
abusam da cerveja

agora tu és um vulcão
ao nível da minha cama


Frantz Ferentz, 2015

sábado, setembro 19, 2015

PRINCESA



"la princesa está triste..."
afirmaba el viejo diplomático
¿qué princesa? ¿la del rostro alunado
y los rizos indecisos?

he conocido una princesa
de piel de oliva y cabello dormido
una princesa pequeña
que quiere ponerse ropa ajustada
y que le susurren mariposas al oído
una princesa con tacones
y que se ríe sin motivo
una princesa a veces triste
que llora en silencio
y apoya su cabeza
en mi hombro sin permiso

esa princesa es la más bonita plebeya
toda vestida de mango
y descalza
una princesa que no quiere príncipe
sino una cerveza de noche
y siempre una caricia

es una princesa de incógnito
que a menudo olvida su realeza
y saca a la niña que lleva dentro
"una dola tela catola..."
una princesa tomando el sol
entre las páginas de un sueño
una princesa sin nombre
o con todos los nombres
hasta los aún no inventados
una princesa que se niega
a ser una triste historia
mas que prefiere acurrucarse
mimosa entre mis dedos



Frantz Ferentz, 2015

segunda-feira, setembro 14, 2015

COMEÇO A SENTIR ~ EMPIEZO A SENTIR



começo a sentir o peso dos meus corpos

começo a sentir que o meu sangue vira seiva
e eu já não falo
mas sussurro folhas

começo a sentir que já não caminho
que os meus pés afundem na pele desejada
e botam raízes

começo a sentir que outros vão embora
porque continuam a ser
enquanto eu perco a notícia das estações
e só sinto que me caem
e me nascem as folhas
e as pombas pousam em mim
como antes pousavam as palavras

*    *    *

empiezo a sentir el peso de mis cuerpos

empiezo a sentir que mi sangre se vuelve savia 
y yo ya no hablo
sino que murmuro hojas

empiezo a sentir que ya no camino
que los pies se me hunden en la piel deseada
y echan raíces

empiezo a sentir que otros se van
porque siguen siendo
mientras yo pierdo la noción de las estaciones
y solo siento que se me caen
y me nacen las hojas
y las plaomas se posan en mí
como antes se posaban las palabras
Frantz Ferentz, 2015

SABOREARTE

Resultado de imagen de kisses tongue

saborearte
en
penumbra

y
nunca
saciarme

Frantz Ferentz, 2015

segunda-feira, agosto 03, 2015

MULHERES ~ MUJERES ~ WOMEN

Resultado de imagen de hug

mulheres quebradas
mulheres de frágil ternura
mulheres de palavra roubada
mulheres à espera
mulheres que calam
mulheres planeta
mulheres sem retorno
mulheres invictas
são
mulheres que abraço


mujeres rotas
mujeres de frágil ternura
mujeres de palabra robada
mujeres a la espera
mujeres que callan
mujeres planeta
mujeres sin retorno
mujeres invictas
son
mujeres que abrazo


broken women
fragile tenderness' women
stolen words' women
waiting women
silent women
no return women
unbeaten women
are
women I hug


Frantz Ferentz, 2015

quarta-feira, julho 29, 2015

PORQUE ÉS CHUVA ~ PORQUE ERES LLUVIA

Resultado de imagen de regen

Não podes tocar o chão e tentar regressar a um ponto que já não é. És chuva. Chuva de dia de festa ou chuva que escorrega pelas meixelas. Quem sabe, talvez sejas chuva salgada, chuva ligada a uma saudade despida, a um porto só de partida, a um riso sossegado depois do pranto. Só tu é que sabes. 

Virá o dia em que o Atlântico te reclame. Fica preparada. Água para a água e volta a chover. Água no alento, água na boca. Gota que se apaixona por uma lágrima. Chorar não é senão chover em ausência. E lembra que és sempre chuva, que tu és chuva na almofada.

Chuva. És chuva. Beijo do tempo que dilui a tristeza.


No puedes tocar el suelo e intentar regresar a un punto que ya no es. Eres lluvia. Lluvia de día fiesta o lluvia que resbala por las mejillas. Quién sabe, tal vez seas lluvia salada, lluvia unida a una añoranza desnuda, a un puerto de partida, a una risa sosegada tras el llanto. Solo tú lo sabes.

Vendrá el día en que el Atlántico te reclame. Estate preparada. Agua al agua y vuelta a llover. Agua en el aliento, agua en la boca. Gota que se enamora de una lágrima. Llorar no es sino llover en ausencia. Y recuerda que eres siempre lluvia, que tú eres lluvia en la almohada.

Lluvia. Eres lluvia. Beso del tiempo que desdibuja la tristeza.


Frantz Ferentz, 2015

segunda-feira, julho 20, 2015

HOY TE NECESITO ~ HOJE PRECISO DE TI

Resultado de imagen de saudade

hoy
te necesito
en sobredosis
para calmar
este síndrome
de puta tristeza


hoje
preciso de ti
em sobredoses
para acalmar
esta síndrome
de puta tristeza



Frantz Ferentz, 2015

sábado, julho 18, 2015

ALGUM DIA CHOVERÁS ~ ALGÚN DÍA LLOVERÁS

Resultado de imagen de chuva

algum dia
choverás
choverás até a mim
choverás pranto seco

algum dia
choverás
pedindo ternura
choverás percorrendo
os meus lábios
nunca mais molhados

algum dia
choverás
sem seres chuva
mas então
ser
já não seremos

algún día
lloverás
lloverás hasta mí
lloverás llanto seco

algún día
lloverás
pidiendo ternura
lloverás recorriendo
mis labios
nunca más mojados

algún día
lloverás
sin que seas lluvia
pero entonces
ser
ya no seremos


Frantz Ferentz, 2015

terça-feira, junho 23, 2015

MÁS ALLÁ DE LA MEMORIA

Resultado de imagen de piano

recuerdo aquellas tardes
en que me duchaba en tu risa
y me enjugaba en tu silencio

recuerdo cómo me pronunciabas
lentamente agitando sílabas ocultas
para mí desconocidas

recuerdo cómo tu locura
hacía enloquecer a mi cordura
bajo tu blusa

recuerdo tus dedos
escribiéndome en el vacío
hasta fundirnos en el tiempo

hoy
los recuerdos
me sepultan
bajo una lápida de olvidos

Frantz Ferentz, 2015


domingo, junho 21, 2015

SE ME CAE LA TARDE ENCIMA

Resultado de imagen de sunset

se me cae
la tarde encima
recostado en canciones de Silvio Rodríguez
mientras mi cuerpo
es ya un muñeco de vudú
acribillado de preguntas
incapaz de contener tanta alma

solo quiero
que me quieras
aunque no me lo digas
que finjas besar mi foto en  la pantalla
y me pienses
remota
clandestinamente
en esta
u otra dimensión bajo tu blusa

solo eso

Frantz Ferentz, 2015

AÚN TE VISTES DE LUNA

Resultado de imagen de luar

no volverán
mis dedos a galopar por tu cabello
no volveré
a explicarte los mecanismos íntimos
del silencio
ni a mandarte sonrisas envueltas en servilletas

no volveré

nunca sabrás
que al mirarme hoy en el espejo
me encontré un mamarracho
alcohólico de ti

y si aún
alguna vez te acuerdas de mí
pregunta a un unicornio azul
pero no quieras venir
mi exilio es solo pasaje de vuelta


Frantz Ferentz, 2015

sábado, junho 20, 2015

SIN ALIENTO

Resultado de imagen de breath

eres
mi aliento
truncado

tan solo
me resta
vomitarte

Frantz Ferentz, 2015

EN LA ESCUELA ME ENSEÑARON

Resultado de imagen de tide

En la escuela me enseñaron
que la recta es la distancia más corta
entre dos puntos,
pero en la escuela no sabían
que una recta y tú sois incompatibles,
que eres un punto móvil que desintegra
las distancias y se ríe de ellas,
que puedes estar al mismo tiempo
abarcando mi cintura y ser mis antípodas.

En la escuela me enseñaron a ser serio
responsable y sensato,
pero contigo al lado
las letras de tu nombre
se me descolocan,
se cuelan entre las letras de mi nombre,
deletreando tu boca,
a tientas y sin prisa.

En la escuela me enseñaron
que una marea no es caprichosa,
lo contrario que tú
que vas y vienes cuando te apetece,
te ríes en mi cara
me besas y te vas sin que yo sepa
si es para siempre
o para nunca.

Y es que en la escuela
jamás me enseñaron que tú
parirías toda esta tristeza
cada vez que te alejas.

Frantz Ferentz, 2015

sexta-feira, junho 19, 2015

SUSURRARTE

Resultado de imagen de whispers

susurrarte
'te quiero'
al oído
para que se entere
todo el mundo

Frantz Ferentz, 2015º

quinta-feira, junho 18, 2015

MULHER E TRISTEZA ~ MUJER Y TRISTEZA



mulher
e tristeza
entardecer de pianos...

não...

tira o sutiã
veste a tua tristeza de rosa
convida-a a café
e dança com ela
sem anunciar-te
em qualquer ponte de Paris

só eu ficarei
à vossa espera


mujer
y tristeza
atardecer de pianos

no...

quítate el sostén
viste tu tristeza de rosa
invítala a café
y baila con ella
sin anunciarte
en cualquier puente de París

solo yo
os estaré esperando


Frantz Ferentz, 2015


terça-feira, junho 16, 2015

EL VIENTO Y LA VENTANA

Resultado de imagen de staré okno

la ventana se batía con el aire
ya sin cristales
los había perdido poco a poco
golpe a golpe
la madera ajada intentaba mantener su orgullo
se enfrentaba al viento día tras día
y el viento intentaba a diario someterla

un día la ventana se acabó diluyendo
el viento, al atravesar el hueco, ya no sintió su frontera
solo entonces la extrañó
habían sido décadas de resistencia
primero como fiera ventana de castaño con vidrios borrosos
vidrios tras los que se amaron durante años un hombre y una mujer de piel aceitunada
después como ventana que va perdiendo los vidrios uno a uno
como los dientes un anciano
hasta convertirse en esqueleto de madera
a merced del capricho de la corriente

cuando aquella noche el viento pasó libremente por el hueco de la casa
sintió frío          soledad          claustrofobia
solo entonces entendió por qué la ventana
aun descomponiéndose
no lo había dejado nunca entrar en la casa


ya el viento no supo salir
se debatió en lo oscuro y aulló
como un niño sin memoria
solo entonces comprendió
solo entonces
que la ventana había sido su último aliento
que él era solo viento
y que ella era su única ventana


Frantz Ferentz, 2015

segunda-feira, junho 15, 2015

DESERTIFICAÇÃO PRÓPRIA

Resultado de imagen de desert

deixa-me desertificar-me em paz
não me humedeças mais

deixa-me ser areia sem rumo
e sem remédio

deixa-me ser o caminho que se apaga
segundos depois de ter percorrido
com um dedo a tua pel adiante

deixa-me rezar a outras deusas como tu
cruéis e saborosas

deixa-me desertificar-me
além da rua que desabitaste noutro planeta
deserto no deserto

quem sabe
talvez volte
apenas de noite
em sirocos quase impercetíveis
que soprem no teu queixo
e te' causem sonhos
salgados

um deserto
na palma da mão
onde apagar o teu nome
soprando

Frantz Ferentz, 2015

domingo, junho 14, 2015

OJALÁ ~ OXALÁ

Resultado de imagen de ojalá

el corazón me pide ojalá
ojalá ayer sea hoy
ojalá mañana seas tú
ojalá tú seas siempre

o coração pede-me oxalá
oxalá ontem seja hoje
oxalá amanhã sejas tu
oxalá tu sejas sempre


srdce mě žádá kéž by
kéž by včera bylo zítra
kéž bys zítra byla ty
kéž bys ty byla stále

           (Czech version by Nataša Frias Valtrová)

Frantz Ferentz, 2015

quarta-feira, junho 10, 2015

CLAUDICAR ANTE TU BARBILLA


claudicar ante tu barbilla
reconocer en ti esa cenicienta
que arrasa laberintos       
y se desvanece

todo para terminar riendo
como críos
con los labios
bañados en chocolate

Frantz Ferentz, 2015

terça-feira, junho 09, 2015

CUANDO EL LLANTO SE DESNUDA



cuando el llanto
se desnuda
lento
y tiritando
a media noche
tus lágrimas de alpechín
renacen aceite
por tus mejillas
 
ay, tus mejillas,
esta noche reflejan
la cara triste
de la luna
 
Frantz Ferentz, 2015

segunda-feira, junho 08, 2015

(DES)NACER


nacer
y desnacer

renacer
renacerte
descartarte
simplificarte
descalificarte
fundirte
tratar de ignorarte
y olvidarte

olvidarte?
no

olvidarte es imposible
estipular pulsaciones
​en los ​labios sin retorno

nacer
desnacer
renacer...

adorarte

                                         Frantz Ferentz, 2015

sexta-feira, maio 15, 2015

UM DIA SEM CHUVA

Resultado de imagen de a day without rain
Inspirado na mais formosa canção
da cantora Enya: A Day Without Rain


um dia
sem chuva

tu
já não és
tu

nem 
eu sou
eu

as tuas derradeiras sílabas
ainda flutuam algures entre pianos
talvez nuas
como naquele dia
de fumos rotos

um dia
sem chuva

será por isso
que sempre
te recordo molhada

Frantz Ferentz, 2015

NO FIM DA RUA

Resultado de imagen de nakonec uliceesta manhã cedo vi a mátria partir por debaixo da minha janela - soube que ia ao exílio de primavera - apenas levava consigo fotos da língua e da terra - murmurava paisagens mortas entre os dentes pois os seus braços sustinham os últimos pós - tentei despedir-me dela - mas para quê - ela já não era - já não era de nós a mátria - caminhava devagar pela rua deserta a respeitar religiosamente os carris do elétrico - desejei que chovesse para borrar a sua tristeza - desejei lavá-la como se lava uma mulher nua com sabão e ainda dizer-lhe ternuras - mas não o fiz e ela foi embora - eu olhava para ela sempre desde a janela - ninguém pareceu dar conta


© Frantz Ferentz, 2015

AO PÉ DA RIA (AVEIRO)

Resultado de imagen de ria de aveiro

a tua voz afinal rota

é normal
foi uma noite longa
emoções álcool suspiros confidências
em velhas -talvez invisíveis- caixas de música
 
amanhece
banhas os pés nas águas da ria

silhueta preta
fado impertinente em aliança com o café
até conseguir repovoar as tuas veias

a indisciplina escorrega-te' pela pele  
é então quando te comportas como uma deusa imponente
pronunciando palavras
que ficam

à alva
os faróis tornam sonolentos para casa
e tu
como sempre
à sua espera


Frantz Ferentz, 2015


quarta-feira, abril 29, 2015

A LUA NOS TEUS OMBROS ~ LA LUNA EN TUS HOMBROS

Resultado de imagen de moon on shoulders

por vezes
o luar
te' escorrega
pelos ombros
sem tu
notares

gosto
de ti
despenteada



a veces
la luz de la luna
se desliza
por tus hombros
sin que lo 
notes

me gustas
despeinada

Frantz Ferentz, 2015

terça-feira, abril 28, 2015

LO QUE QUIERO

Resultado de imagen de last planet

que qué quiero?

quiero
que tú
hoy
me cuides
como
si yo
fuera
el último planeta

Frantz Ferentz, 2015

segunda-feira, abril 06, 2015

PIES DE BAILARINA

Resultado de imagen de ballerina feet

pies de bailarina
en la cara oculta
de la luna

tu cara en blanco
juega a engañar
a los mapas

recuerdos de
Beethoven
para ti
... Siracusa

Frantz Ferentz, 2015

domingo, março 29, 2015

TRADUEIX LA MEVA PELL

Resultado de imagen de navel

'tradueix la meva pell'
em vas demanar

'no sé cap llengua'
et vaig dir

'però tens llengua?'
em vas preguntar

'sí'

'doncs
recorre'm sencera
d'ulls tancats
i pensa'm
desconeguda'

i així
et vaig traduir
una vegada
enrere l'altra

i cada cop
em resultes
una llengua diversa
i més i més
vull traduir-te
fins que siguis
tu
la meva única llengua

Frantz Ferentz, 2015

sábado, março 28, 2015

LAYLA

Resultado de imagen de israeli occupation

Layla [ليلى] miró
aquellas gafas de sol
que posiblemente ocultaban
los ojos del soldado
de ocupación

'al final
nos mataréis a todos' dijo ella

el soldado entonces
se encendió un cigarro
y el cigarro
le respondió
era la voz de la inteligencia del soldado

             los soldados de ocupación
             no van equipados con conciencia

'espero que no
pues si os matamos a todos
se acabaría la diversión
y habría que cultivaros'

Layla calló
el cigarro se rió
el soldado... el soldado
solo sostenía
entre sus labios
el cigarro

Frantz Ferentz, 2015

sexta-feira, março 27, 2015

LOS PASOS DEL SEÑOR TANAKA

Resultado de imagen de footprints in the sand

el señor Tanaka
recoge un puñado de arena
de la playa sin reparar
en que ella
              la playa
perdió su virginidad
hace décadas
con plásticos y cervezas
mas al señor Tanaka
parece no importarle
y hace con la arena
un ramillete
de ausencias

siempre descalzo
el señor Tanaka
pide disculpas a la arena
por tener que pisarla
                  no sabe volar
y vacila
entre el ocaso
y una última ola

Frantz Ferentz, 2014

quinta-feira, março 26, 2015

IMAGINEMOS

Resultado de imagen de steps

imaginemos
mas imaginar
cansa
por isso
as mãos
penduram
de abismos invisíveis
e não reagem
ao tacto da soidade
que as embrulha        

             fantasmas

cada passo
é um cimitério

a caminhada
morte morta

Frantz Ferentz, 2015

quinta-feira, março 19, 2015

SIN SULFURARSE

Resultado de imagen de sulfurarse

escúchame
por qué te sulfuras?
no eres reflejable
asumible
acumulable.
eso te salva         créeme

las gacelas acaban todas cayendo
y la hierba se seca
porque agosto
es vengativo
y no cambiará nunca
ni tampoco los hilos de la luna
que matan irónicamente

homenajéate a ti mismo
sin dejar migas
y redacta tus huellas
andando sin rumbo
sí         imprevisible por la orilla
de nada y de todo
de todo y de nada

Frantz Ferentz, 2015