começo a sentir o peso dos meus corpos
começo a sentir que o meu sangue vira seiva
e eu já não falo
mas sussurro folhas
começo a sentir que já não caminho
que os meus pés afundem na pele desejada
e botam raízes
começo a sentir que outros vão embora
porque continuam a ser
enquanto eu perco a notícia das estações
e só sinto que me caem
e me nascem as folhas
e as pombas pousam em mim
como antes pousavam as palavras
* * *
empiezo a sentir el peso de mis cuerpos
empiezo a sentir que mi sangre se vuelve savia
y yo ya no hablo
sino que murmuro hojas
empiezo a sentir que ya no camino
que los pies se me hunden en la piel deseada
y echan raíces
empiezo a sentir que otros se van
porque siguen siendo
mientras yo pierdo la noción de las estaciones
y solo siento que se me caen
y me nacen las hojas
y las plaomas se posan en mí
como antes se posaban las palabras
Frantz Ferentz, 2015
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