sexta-feira, novembro 13, 2009

De paso .- Xavier Frías Conde

De paso. That's all. A kind of quick blow. It immediately goes away. No forgiveness required. Oblivion, just oblivion
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[1]

contemplarla
es contemplar
su tristeza
más triste


[2]

que diga
si es que sabe
cómo desgustar
la piel
de sus carencias

[3]

fue un río
fluyendo
dedo a dedo
y una ciudad
que quiso
aprender a levitar
y...
una mueca
inconclusa

[4]


destellos
verá

destellos
aunque calle

[5]

se preguntaba
dónde habitaría entonces
aquel aroma
de jabón desnudo
que había teñido
tantos
tantos sueños

mas los sueños
a la postre
ya no sueñan

[6]

sus vigilias
disimulando sus palmas
saladas
eran
tan solo
el reverso
de su soledad


[7]

un día
tuvo
aromas de mística

ahora
retiene aprendices de muerte
con horquillas


[8]

si acaso
algún día asciende
ha de saber que
cielo e infierno
se trocaron

mas quién
se lo cuenta
a tanta ausencia


[9]

de paso
se convirtió en estación
por el llanto
borrada
sin pasos
sin caricias



© Xavier Frías Conde

domingo, novembro 08, 2009

Malinconia.- Xavier Frías Conde

Malinconia is melancholy, a chant to what any of us misses as the deepest sense of existence. Life is a gift, but beloved beings cannot be a mere remembrance. Someone is missing; someone should hear the voice of bitterness. But poetry is rather a chant to hope, a possibility to turn pain into beauty.
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[1]




a lua inerte
dois espelhos
tanta nada

aquelas pegadas
efémeras
de menina
e logo
mais lua fria
mais mudos espelhos
mais tanta nada


[2]


furtares
a cor da alma
o sugo da palavra

furtares
aquela última página
tão desejada

furtares
o tacto da vida
da minha menina

furtares
furtarem
a essência toda
que um dia
me criara borboletas
no berce
de todas as tristezas


[3]


que o telefone
seja esse eco
do mar remoto
assustado


mas que seja
aquele último alento
que na brêtema
de mim te fala
baixo
calmo
te enroupando




[4]


creio que ainda existes
porque pestanejam
desertos
ecrãs
e alto-falantes que sempre ficam mudos
quando te penso

mesmo ícones da lembrança
ainda te povoam a pele
miuda
de menina
que com olhos fechados
naquele tempo
ainda sempre me falavas


[5]


venderia a alma
por ver-te
mais uma vez
sorrir-me
e silenciar-me
aquele teu segredo



[6]



espero que ainda
alguma tarde
pouses silente
a tua testa
no meu ombro
calado

talvez assim
tornem as marés
a salvar-me



© Xafrico, all rights reserved worldwide. November 2009