deixa-me desertificar-me em paz
não me humedeças mais
deixa-me ser areia sem rumo
e sem remédio
deixa-me ser o caminho que se apaga
segundos depois de ter percorrido
com um dedo a tua pel adiante
deixa-me rezar a outras deusas como tu
cruéis e saborosas
deixa-me desertificar-me
além da rua que desabitaste noutro planeta
deserto no deserto
quem sabe
talvez volte
apenas de noite
em sirocos quase impercetíveis
que soprem no teu queixo
e te' causem sonhos
salgados
um deserto
na palma da mão
onde apagar o teu nome
soprando
Frantz Ferentz, 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário