Não podes tocar o chão e tentar regressar a um ponto que já não é. És chuva. Chuva de dia de festa ou chuva que escorrega pelas meixelas. Quem sabe, talvez sejas chuva salgada, chuva ligada a uma saudade despida, a um porto só de partida, a um riso sossegado depois do pranto. Só tu é que sabes.
Virá o dia em que o Atlântico te reclame. Fica preparada. Água para a água e volta a chover. Água no alento, água na boca. Gota que se apaixona por uma lágrima. Chorar não é senão chover em ausência. E lembra que és sempre chuva, que tu és chuva na almofada.
Chuva. És chuva. Beijo do tempo que dilui a tristeza.
No puedes tocar el suelo e intentar regresar a un punto que ya no es. Eres lluvia. Lluvia de día fiesta o lluvia que resbala por las mejillas. Quién sabe, tal vez seas lluvia salada, lluvia unida a una añoranza desnuda, a un puerto de partida, a una risa sosegada tras el llanto. Solo tú lo sabes.
Vendrá el día en que el Atlántico te reclame. Estate preparada. Agua al agua y vuelta a llover. Agua en el aliento, agua en la boca. Gota que se enamora de una lágrima. Llorar no es sino llover en ausencia. Y recuerda que eres siempre lluvia, que tú eres lluvia en la almohada.
Lluvia. Eres lluvia. Beso del tiempo que desdibuja la tristeza.
Frantz Ferentz, 2015
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