uma história
de não amor
dum eu e dum tu
que provavelmente
nunca
se conheceram
contada por um ele
—ou era uma ela—
bébada
de melancolias
ponhamos
um rio
uma flauta
uma estrela a meio gás
uma história
que alguém deveria
de vez inventar
tanto amor
contido
numa nota
—sol, fá ou pó?-
de lévedo
azul
que alguém
ignorante
de histórias invisíveis
almoçou
com sabor
a saudades
aquele eu
com aquel tu
coincidiu
numa pegada
órfã de elefante
e depois
um fóssil
uma linha anárquica
uma garrafa
sem mensagem
e nenhuma praia
naquele grão
de areia
alguém
deverá escrever
a história
do eu e do tu
para torná-la
irreal
mais ainda
para quem a degustar
julgar
se está bem
de açúcar
fim
do telefonema
© Xavier Frías Conde
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