Hoje é dia de réplicas
Replico ao outono
porque está aqui
mas tu não estás aqui,
embora as folhas caídas
sussurrem por ti.
Replico à tristeza insolente
por não ter lábios de rio,
por ficar e ficar
quando nem o teu nome
pode atravessá-la
como uma pergunta
acesa.
Replico a mim mesmo
nessa rua molhada
que cheira a ausências
onde os passos ecoam
os contornos dum beijo
que sabe a café...
qual o último?
enquanto remexo fados de cinza
entre os dedos, destino à Lisboa extinta,
sem ti
na cintura
Hoje é dia de réplicas
que se filtram
por baixo da almofada
© Frantz Ferentz, 2011
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