Chove em Praga. Batem lentas pingas de mulher que criam círculos excéntricos invisíveis. Uma caleça atravessa a ponte de Carlos caminho da tua boca.
Chove em Praga. Uivos em Malá Strana de mulher molhada em mercados improvisados de almas desleixadas onde se roubam e vendem verãos virgens e prantos de putas santas.
Chove em Praga. Gárgulas apaixonadas procuram mulheres e mulheres sós procuram filhos de Kafka que as abracem e não libertem.
Chove em Praga. Geme a minha janela enquanto espero pelo elétrico que sulca chuvas e cabelos e desmemórias. Fico à tua espera, confundido chuva com cerveja. Fico em ti. Fico em Praga.
Frantz Ferentz, 2014
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