quinta-feira, novembro 13, 2014

REVOLUÇÃO FRUSTRADA


A E.F.V.

para isso não serve uma revolução, para mudar a direção das carícias. não serve. é melhor consolar-se com uma cerveja e uma amante imaginária à beira de um canal, se for em Veneza, perfeito, senão, serve a foz da melancolia ao pôr-do-sol. 

sou o pai de uma trovoada. as trovoadas têm infância, claro, e dores de barriga. as trovoadas temem o escuro, como as crianças. mas crescem, como as crianças, e apreendem a tecer pesadelos e saudades na mente dos infelizes. oxalá me tivessem banido a paternidade. oxalá tivesse nascido oliveira. dizem que as árvores são imortais. não, acho que não, seria uma eternidade de remorsos e alpechim.

estranha genealogia a minha que bebe no sublime e sonha com circos. tudo por apreender a rir. tudo se reduz a uma revolução frustrada, a minha.

Frantz Ferentz, 2014

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