quarta-feira, novembro 06, 2013

APAIXONEI-ME POR UMA FADISTA


apaixonei-me
por uma fadista
sempre nua de preto
a mulher mais triste
de minha vida
com o Tejo cantando
pela sua pele acima

apaixonei-me
por uma fadista
que ao cantar
a noite trazia
rosa preta que chorava
num elétrico qualquer
sem rumo e beijava

apaixonei-me
por ti, fadista, deitada
numa guitarra a sulcar
atlânticos na alma
enquanto gemias
alfamas e estrelas
húmida de noite
por todo o meu corpo

Frantz Ferentz, 2013

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