de dia era pedra
de noite era carne
de resto era pó
acariciávamos a pedra enquanto pronunciávamos mulher
mas a mulher tinha tacto de pedra
curva de pedra
sílabas de pedra
doce de pedra
a pedra não sabia amar
nem a si própria
fugiu pela beira da desmemória
e não voltou
e não volta
porque não sabe amar
nem desamar
nem tem lábios de memória
en el día era piedra
en la noche era carne
en el resto era polvo
acariciábamos la piedra mientras pronunciábamos mujer
mas la mujer tenía tacto de piedra
curva de piedra
sílabas de piedra
dulce de piedra
la piedra no sabía amar
ni a sí misma
huyó por el borde de la desmemoria
y no regresó
y no regresa
porque no sabe amar
ni desamar
ni tiene labios de memoria
© Frantz Ferentz, 2017
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