No dia internacional
da poesia de 2014
no lombo da tua capa
ficaram umas cerejeiras a morar
nas badanas a tua vida brinca
não faz mal se prosa ou verso
ou invisibilidade
nas páginas há um caos com tua voz
e nem sei onde acabas
se por acaso terminas
na prateleira procuro intimidades
onde apalpar as tuas coxas
finjo entender os teus títulos e subtítulos
e conotações mais húmidas
deixo cair o teu sutiã
como marcador de páginas
gosto de ler-te às escuras
Frantz Ferentz, 2014