quarta-feira, julho 29, 2015

PORQUE ÉS CHUVA ~ PORQUE ERES LLUVIA

Resultado de imagen de regen

Não podes tocar o chão e tentar regressar a um ponto que já não é. És chuva. Chuva de dia de festa ou chuva que escorrega pelas meixelas. Quem sabe, talvez sejas chuva salgada, chuva ligada a uma saudade despida, a um porto só de partida, a um riso sossegado depois do pranto. Só tu é que sabes. 

Virá o dia em que o Atlântico te reclame. Fica preparada. Água para a água e volta a chover. Água no alento, água na boca. Gota que se apaixona por uma lágrima. Chorar não é senão chover em ausência. E lembra que és sempre chuva, que tu és chuva na almofada.

Chuva. És chuva. Beijo do tempo que dilui a tristeza.


No puedes tocar el suelo e intentar regresar a un punto que ya no es. Eres lluvia. Lluvia de día fiesta o lluvia que resbala por las mejillas. Quién sabe, tal vez seas lluvia salada, lluvia unida a una añoranza desnuda, a un puerto de partida, a una risa sosegada tras el llanto. Solo tú lo sabes.

Vendrá el día en que el Atlántico te reclame. Estate preparada. Agua al agua y vuelta a llover. Agua en el aliento, agua en la boca. Gota que se enamora de una lágrima. Llorar no es sino llover en ausencia. Y recuerda que eres siempre lluvia, que tú eres lluvia en la almohada.

Lluvia. Eres lluvia. Beso del tiempo que desdibuja la tristeza.


Frantz Ferentz, 2015

Sem comentários: